Pra que serve o Estado?
Poderia começar escrevendo, ou melhor, passando a limpo minhas anotações que fiz na palestra que fui em Imbé, próxima de Tramandaí no norte do estado do Rio Grande do Sul. Era um congresso do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) onde tivemos palestras interessantíssimas sobre o cenário político brasileiro atual. Para constar houveram três painéis com o título do encontro sendo "O Brasil que saiu das urnas, e as novas perspectivas de representação", o primeiro painel foi sobre "O papel do estado na economia", onde o Profº Gustavo de Moraes, doutor em economia aplicada e atual coordenador do curso de economia da PUC-RS, nos apresentou por um viés econômico a interpretação contextual do atual cenário que estamos vivendo na democracia brasileira e através da temática do papel do estado na economia também nos deu uma perspectiva dos novos modelos e padrões econômicos no mercado de trabalho, produção e distribuição de recursos, onde o Brasil se encaixa nessa dinâmica de desenvolvimento do mercado interno e externo, com inovações e tecnologias surgindo a todo momento, modos de pensar, padrões de vida, de pensamento enfim... Aprofundarei mais sobre o supracitado logo mais, Também foi apresentado o painel com o Cientista Político do Insper Fernando Schuler e com um currículo extenso, já tendo sido Secretário da Justiça e do Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul nos apresentou o painel "A Atuação dos partidos no novo contexto político", explanou sobre o desenho político que tem sido feito no cenário atual do país. E por último o painel com Luiz Felipe Pondé que é graduado em medicina, doutor em filosofia e está frequentemente nas mídias falando sobre os mais diversos assuntos e opinando sobre questões atuais políticas do Brasil e seu painel foi com o tema "A influência das mídias sociais no meio político-eleitoral".
Qual o papel do Estado na Economia?
Destaco aqui a palestra do Economista (Puxando sardinha pra minha turma), Dr. Gustavo de Moraes apresentou respostas e novas indagações à pergunta: Qual o papel do estado na economia? Pois bem, o estado, esse ente que está em todos lugares, ou quase todos lugares, não tem um mas vários rostos, já que vivemos em uma democracia, cheia de contradições e características próprias, o estado existe basicamente para promover o bem social, o bem comum, o bem do coletivo, esta é a razão de ser do estado, e o estado brasileiro em especial, após análise histórica bem detalhada, não tem conseguido chegar ao seu objetivo de promover igualdade de oportunidades e condição de vida para todos de maneira igual.
Desde Getúlio Vargas temos os alicerces de um estado atuante na economia lançados, para a expansão direcionada do nosso desenvolvimento industrial. Pois antes de Getúlio Vargas, o que vigorou no Brasil foi a monocultura do café, açúcar, ouro e o domínio de grandes oligarquias sobre a maior parte do território brasileiro, com Vargas esse quadro de atraso foi rompido e houve uma abertura da economia para a industrialização, só que quando se deixa descontente uma classe para deixar contente outra, geralmente arruma-se problemas e a classe de elite de um passado rural sempre manteve sua posição não contra o estado, mas contra a interferência do estado, como bem pontua o professor Jessé Souza (USP), o Brasil sofre com escolhas de uma classe que tudo teve para dar seguimento a um projeto de nação, porém preferiu ser a Elite do Atraso que a despeito da oportunidade de se desfazer dos privilégios de ser "amigo do rei", preferiu manter a concentração de renda. As transformações do séc xx não impediram a favelização e o crescimento das desigualdades no país, o estado brasileiro portanto deixou de dar várias respostas.
"Os povos de todas as tribos, adoraram, sob nomes diversos, uma única divindade: A esperança". - Gustave Le Bon
Hobbes é entendido como alguém cuja filosofia de Estado se baseia para o futuro. O estado deve entregar o futuro, corrigir deficiências geradas durante a história, heranças malditas do feudalismo, do escravismo, do comunismo, do nazismo, do totalitarismo, de todas as formas deformadas de se conceber a sociedade com igualdade de oportunidades, portanto o estado deve ser o contrabalanceador para a isonomia, ou seja tratadas os desiguais conforme suas desigualdades. Bom salientar aqui, que tenho consciência que as sociedades humanas são naturalmente desiguais e a luta contra a desigualdade para muitos parece enxugar gelo, porém quando falamos de luta contra a desigualdade é a desigualdade de oportunidades, porque devemos partir do princípio que todos têm as mesmas capacidades, só que falta as mesmas oportunidades.
PAPEL DO ESTADO:
- Manter a ordem
- Assegurar a defesa
- Promover o bem estar
- Promover o progresso
Dentro desta perspectiva podemos dizer que o papel do estado em suma é promover o bem comum sem distinção de credos, ideologias, raça, cor, religião, orientação sexual, e coisas que nos diferenciem como outra coisa além de seres humanos.
O ESTADO BRASILEIRO ENTREGA PASSADO
Nos desenvolvemos durante os primeiros séculos de país como economia agroexportadora, tivemos como marca o atraso de sermos um país ancorado em grandes latifúndios, grandes recortes de terra divididos entre poucas famílias e com o rompimento de Getúlio Vargas com essa elite, foi proposta nos governos a partir dos anos de 1930 uma política de apoio à substituição de importações (dando prioridade ao produto nacional), mudança do centro dinâmico entre outras coisas. Porém o Brasil quando se decide industrializar já sai anos atrasado e segue os manuais de países que passaram por momentos parecidos em épocas bem distintas, o Brasil sempre foi visto economicamente pelo retrovisor, pois adotou sempre políticas certas em épocas tardias, porém algo foi feito e não vamos tirar o mérito dos governantes dos anos 50 que deram um boom na industrialização nacional, o Brasil deu uma boa arrancada para buscar acompanhar as demais economias desenvolvidas do mundo, com os estudos de Celso Furtado e a escola CEPAL, foi elaborado o plano de metas e o Brasil teve um insight de trilhar o caminho para o nacional desenvolvimento.
O ESTADO BRASILEIRO ENTREGA PASSADO
Nos desenvolvemos durante os primeiros séculos de país como economia agroexportadora, tivemos como marca o atraso de sermos um país ancorado em grandes latifúndios, grandes recortes de terra divididos entre poucas famílias e com o rompimento de Getúlio Vargas com essa elite, foi proposta nos governos a partir dos anos de 1930 uma política de apoio à substituição de importações (dando prioridade ao produto nacional), mudança do centro dinâmico entre outras coisas. Porém o Brasil quando se decide industrializar já sai anos atrasado e segue os manuais de países que passaram por momentos parecidos em épocas bem distintas, o Brasil sempre foi visto economicamente pelo retrovisor, pois adotou sempre políticas certas em épocas tardias, porém algo foi feito e não vamos tirar o mérito dos governantes dos anos 50 que deram um boom na industrialização nacional, o Brasil deu uma boa arrancada para buscar acompanhar as demais economias desenvolvidas do mundo, com os estudos de Celso Furtado e a escola CEPAL, foi elaborado o plano de metas e o Brasil teve um insight de trilhar o caminho para o nacional desenvolvimento.
Durante o Século XX o Estado Brasileiro avançou, porém entregou aos seus donos, o povo, coisas inerentes ao passado como industrialização aos moldes tradicionais e ultrapassados, não se preocupou com as inovações, as mudanças de paradigmas, mudanças tecnológicas e modos de produção, gerando mais uma vez uma industrialização ineficaz, mas ainda assim melhor do que estava, porém defendo que não se deve ficar com os olhos sempre no retrovisor, temos que aprender olhar pelo para-brisa da história.
A educação é outra frente que o estado falhou em entregar aos moldes do mundo em mudança dinâmica, temos o estilo educacional e o modo de penar educação de um século de atraso, o estado entrega prédios e não escolas, se formos falar de mudar uma escola muitos podem entender como mudar o endereço ao invés do modo de ser escola, modo de se fazer educação. A educação tradicional também é uma etapa a ser superada pelo estado que tem essa como uma de suas atribuições principais , o modo de relação entre aluno, professor e gestores da escola deve ser mudado, a tecnologia deve ser colocada na equação e a globalização da informação deve ser usada como uma realidade e ainda não se acordou para isso, pois o estado ainda entrega passado.
Belíssimo trabalho de contextualização histórico-econômica do nosso país, meu querido! Isso é fundamental para começar a nos mexer e provocar questionamentos sobre os próximos passos! Agora algumas perguntinhas devem ser feitas:
ResponderExcluirO que fazer a partir do que somos hj?!
Como atender toda essa galera esquecida até hj para construir o melhor futuro, quem deve ser atendido primeiro?! Daria pra ser uma busca simultânea?? Dentre várias outras.