Postagens

Mostrando postagens com o rótulo História Econômica

O Brasil e a Economia Internacional no Início da República

Imagem
 Capítulo 1 - A primeira década  Republicana Por Gustavo H. B. Franco A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR E ABERTURA COMERCIAL     Um traço fundamental da história econômica do Brasil nos últimos anos do século XIX foi o crescente envolvimento do país com a economia internacional. Em relação a abertura comercial, no início do século XX percebe-se uma maior abertura, pois a razão exportações/pib era de 15,4% em 1870 e chega a 18,60% em 1900, porém mesmo com o aumento no valor das exportações per capita de US$11,70 em 1872 para US$12,90 em 1913, não pode-se definir o Brasil como uma economia "aberta", pois são valores próximos  da média da américa latina "tropical", ou seja, excluindo-se Uruguai, Argentina e Chile. Além disso, nessa época, a participação do Brasil no comércio internacional é muito baixa, menor do que 1% em 1913.  INVESTIMENTO INTERNACIONAL E A DÍVIDA EXTERNA FEDERAL     Tendo isto posto, o investimento internacional nesse período, de início

Divergências entre as interpretações de Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares para a crise econômica do início dos anos 1960

Imagem
  Divergências entre as interpretações de Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares para a crise econômica do início dos anos 1960 Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares foram dois importantes economistas brasileiros que desempenharam papéis significativos na análise da economia do Brasil, incluindo a crise econômica que ocorreu no início dos anos 1960. Embora ambos tenham contribuído para a compreensão desse período, eles apresentaram interpretações distintas sobre as causas e consequências da crise. A seguir, exploraremos as principais divergências entre as interpretações de Furtado e Tavares. Interpretação de Celso Furtado: Celso Furtado, em seu livro "Desenvolvimento e Subdesenvolvimento", publicado em 1961, analisou a crise econômica brasileira do início dos anos 1960 sob a perspectiva do subdesenvolvimento. Para Furtado, a crise não era apenas uma ocorrência conjuntural, mas sim a expressão de problemas estruturais mais profundos enraizados na economia brasileira.

Contexto Internacional e a Política Econômica nos Governos Dutra e Vargas no Pós-Segunda Guerra Mundial

Imagem
  Contexto Internacional e a Política Econômica nos Governos Dutra e Vargas no Pós-Segunda Guerra Mundial O período após a Segunda Guerra Mundial foi marcado por profundas alterações na geopolítica mundial e por uma reorganização das relações econômicas internacionais. O cenário internacional desafiador influenciou significativamente a política econômica e o desempenho dos governos Dutra (1946-1951) e Vargas (1951-1954) no Brasil. Ambos os governos enfrentaram desafios relacionados ao crescimento econômico, inflação e equilíbrio do balanço de pagamentos, mas adotaram abordagens diferentes em suas estratégias para lidar com essas questões. Governo Dutra (1946-1951) O governo de Eurico Gaspar Dutra assumiu o poder em 1946, após a queda do Estado Novo de Getúlio Vargas. Nesse período, o mundo estava passando por grandes mudanças econômicas e políticas. A Segunda Guerra Mundial deixou um legado de devastação e reconstrução, e os Estados Unidos emergiram como uma das principais potências ec

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL - Deslocamento do Centro Dinâmico, um debate sobre suas causas

Imagem
  A Tese de "Deslocamento do Centro Dinâmico" de Celso Furtado na Formação Econômica do Brasil e suas Críticas Introdução Na sua obra seminal "Formação Econômica do Brasil" publicada em 1959, Celso Furtado apresentou uma análise profunda da economia brasileira, defendendo a tese do "deslocamento do centro dinâmico". Segundo Furtado, a crise internacional combinada com a política econômica do Governo Federal na década de 1930 foi o fator-chave para impulsionar a superação do modelo agroexportador vigente na Primeira República. Nesta resposta, exploraremos os argumentos usados por Furtado para sustentar essa tese, seguido por uma análise crítica dos argumentos apresentados por um autor que contestou, mesmo que parcialmente, a abordagem de Furtado. Por fim, faremos um cotejo entre ambos, com a intenção de avaliar quem possui uma posição mais embasada. A Tese do "Deslocamento do Centro Dinâmico" de Celso Furtado Celso Furtado argumentou que, no iníci

A PRIMEIRA DÉCADA REPUBLICANA (1889-1899)

Imagem
  A primeira década republicana foi das mais difíceis para a política econômica, isso devido a mudanças estruturais profundas para a economia do país. Veremos quais foram as causas e os ingredientes que fizeram desse período, também chamado de primeira república, um dos períodos mais turbulentos na história econômica brasileira. E isso se deveu principalmente aos seguintes fatores: - A súbita disseminação do trabalho assalariado no campo - O reordenamento da inserção do país na economia internacional A disseminação do trabalho assalariado, de maneira súbita, está relacionada ao fim da escravatura e à entrada de maciça mão de obra de imigrantes ao longo da década de 1890. O reordenamento da inserção do país na economia internacional, se deu devido ao extraordinário florescimento das relações financeiras do Brasil com o exterior. Essas transformações modificam as escolhas no contexto da política econômica, que são afetadas por múltiplos fatores como: POLÍTICA, DOUTRINA E PERSONALI

3 QUESTÃO ECONOMIA BRASILEIRA - ANPEC 2023

Imagem
    O período entre 1930 e 1945 foi marcado por prof undas mudanças na economia  brasileira. Sobre tal período, é correto afirmar: Entre as afirmativas apresentadas, a correta é a seguintes: A intervenção para manter os preços do café, como a queima do produto, deu-se por meio de expansão monetária, pois os empréstimos externos e o aumento de impostos eram medidas que se mostravam inviáveis com a crise decorrente da Grande Depressão. Durante o período entre 1930 e 1945, a economia brasileira passou por profundas transformações e desafios. A Grande Depressão, que teve início em 1929 com a quebra da bolsa de valores de Nova York, teve um impacto significativo na economia brasileira, que era baseada principalmente na produção e exportação de café. Para lidar com a crise do café, o governo brasileiro adotou medidas de intervenção, incluindo a queima de estoques excedentes do produto. Essa intervenção teve o objetivo de manter os preços do café estáveis em um momento de queda da demanda