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O Brasil e a Economia Internacional no Início da República

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 Capítulo 1 - A primeira década  Republicana Por Gustavo H. B. Franco A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR E ABERTURA COMERCIAL     Um traço fundamental da história econômica do Brasil nos últimos anos do século XIX foi o crescente envolvimento do país com a economia internacional. Em relação a abertura comercial, no início do século XX percebe-se uma maior abertura, pois a razão exportações/pib era de 15,4% em 1870 e chega a 18,60% em 1900, porém mesmo com o aumento no valor das exportações per capita de US$11,70 em 1872 para US$12,90 em 1913, não pode-se definir o Brasil como uma economia "aberta", pois são valores próximos  da média da américa latina "tropical", ou seja, excluindo-se Uruguai, Argentina e Chile. Além disso, nessa época, a participação do Brasil no comércio internacional é muito baixa, menor do que 1% em 1913.  INVESTIMENTO INTERNACIONAL E A DÍVIDA EXTERNA FEDERAL     Tendo isto posto, o investimento internacional nesse período, de início

GOLPE NO NÍGER E O XADREZ GLOBAL EM 2023

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  Na quarta-feira, soldados da guarda presidencial derrubaram o presidente democraticamente eleito do Níger, Mohamed Bazoum, e o substituíram por um general militar, Abdourahmane Tchiani. O Níger conquistou a independência da França em 1960 e, após uma série de tumultos, o país estabeleceu sua atual democracia em 2011. Bazoum foi o primeiro líder eleito desde então a suceder outro em uma transferência pacífica e democrática de poder. O Níger é um ator importante na luta pela democracia na África, e a derrubada de Bazoum faz parte dessa história maior. O Níger é um país sem litoral, com aproximadamente o dobro do tamanho do Texas, localizado no centro da região do Sahel, na África, uma região de savanas secas que atravessa o continente do Atlântico ao Mar Vermelho. O Sahel fica abaixo do Saara e acima da savana tropical sudanesa. Essa região está sendo duramente afetada pelas mudanças climáticas, uma vez que as temperaturas estão aumentando lá mais rapidamente do que em qualquer ou

Divergências entre as interpretações de Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares para a crise econômica do início dos anos 1960

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  Divergências entre as interpretações de Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares para a crise econômica do início dos anos 1960 Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares foram dois importantes economistas brasileiros que desempenharam papéis significativos na análise da economia do Brasil, incluindo a crise econômica que ocorreu no início dos anos 1960. Embora ambos tenham contribuído para a compreensão desse período, eles apresentaram interpretações distintas sobre as causas e consequências da crise. A seguir, exploraremos as principais divergências entre as interpretações de Furtado e Tavares. Interpretação de Celso Furtado: Celso Furtado, em seu livro "Desenvolvimento e Subdesenvolvimento", publicado em 1961, analisou a crise econômica brasileira do início dos anos 1960 sob a perspectiva do subdesenvolvimento. Para Furtado, a crise não era apenas uma ocorrência conjuntural, mas sim a expressão de problemas estruturais mais profundos enraizados na economia brasileira.

Contexto Internacional e a Política Econômica nos Governos Dutra e Vargas no Pós-Segunda Guerra Mundial

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  Contexto Internacional e a Política Econômica nos Governos Dutra e Vargas no Pós-Segunda Guerra Mundial O período após a Segunda Guerra Mundial foi marcado por profundas alterações na geopolítica mundial e por uma reorganização das relações econômicas internacionais. O cenário internacional desafiador influenciou significativamente a política econômica e o desempenho dos governos Dutra (1946-1951) e Vargas (1951-1954) no Brasil. Ambos os governos enfrentaram desafios relacionados ao crescimento econômico, inflação e equilíbrio do balanço de pagamentos, mas adotaram abordagens diferentes em suas estratégias para lidar com essas questões. Governo Dutra (1946-1951) O governo de Eurico Gaspar Dutra assumiu o poder em 1946, após a queda do Estado Novo de Getúlio Vargas. Nesse período, o mundo estava passando por grandes mudanças econômicas e políticas. A Segunda Guerra Mundial deixou um legado de devastação e reconstrução, e os Estados Unidos emergiram como uma das principais potências ec

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL - Deslocamento do Centro Dinâmico, um debate sobre suas causas

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  A Tese de "Deslocamento do Centro Dinâmico" de Celso Furtado na Formação Econômica do Brasil e suas Críticas Introdução Na sua obra seminal "Formação Econômica do Brasil" publicada em 1959, Celso Furtado apresentou uma análise profunda da economia brasileira, defendendo a tese do "deslocamento do centro dinâmico". Segundo Furtado, a crise internacional combinada com a política econômica do Governo Federal na década de 1930 foi o fator-chave para impulsionar a superação do modelo agroexportador vigente na Primeira República. Nesta resposta, exploraremos os argumentos usados por Furtado para sustentar essa tese, seguido por uma análise crítica dos argumentos apresentados por um autor que contestou, mesmo que parcialmente, a abordagem de Furtado. Por fim, faremos um cotejo entre ambos, com a intenção de avaliar quem possui uma posição mais embasada. A Tese do "Deslocamento do Centro Dinâmico" de Celso Furtado Celso Furtado argumentou que, no iníci