O perigo do "novo"
É você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem!
- Belchior
Estou aqui, estudando um pouco de história econômica, e me vêm o questionamento: Tudo que é novo geralmente é bom? Porque o fascínio, principalmente de nós brasileiros nos dias atuais do século XXI pelo novo? Pois é, recentemente surgiu até um partido com esse nome, NOVO, o atual presidente, de quem dispenso comentários, foi eleito com o slogan de uma "nova forma de fazer política", pesquise "novo" no google e achará em maioria, na pesquisa em português, a palavra associada a coisas boas e positivas. Mas cabe a mim a reflexão, se o conceito de novo é mesmo sempre bom.
Diante disso, encontrei uma ótima reflexão em um blog aqui na internet e vou referencia-lo aqui neste link. Mas a minha reflexão vai de uma maneira mais contextual, pois é muito doido isso de associar uma palavra que poder sim ter ambos os aspectos, positivos e negativos, apenas um aspecto. O novo é slogan comercial, religioso, político e até esportivo, talvez pelo crédito ao desconhecido, e descrédito ao já conhecido.
Lembro-me de uma passagem onde Jesus é desdenhado por aqueles que já o conheceram antes dele iniciar seu ministério (Jesus era apenas o filho de José e Maria para muita gente antes de se tornar o Cristo salvador do mundo). E o simples fato dele já ser conhecido deles, impossibilitou que ele fizesse milagres onde ele considerava "os seus". Esse fato teológico é bem didático sobre um costume popular de valorizar o que vem de fora, valorizar a novidade em detrimento do já conhecido.
Um dos períodos já conhecidos de todos nós ao estudar história na escola é um período autoritário chamado de, adivinha? Estado Novo. Que nada mais foi do que uma tática antiga para manutenção do poder baseado em princípios antigos da tática do medo e nacionalismo exacerbado.
Ainda no campo político não posso deixar de comentar que nas campanhas eleitorais o novo é sempre uma promessa em 10 de cada 10 candidatos. Tenho também que esclarecer que o conceito de novo não necessariamente é igual ao conceito de inovação. Pois enquanto o primeiro pode ser tudo aquilo que vem pra substituir algo que existe por algo que não existia ainda, o segundo nos fala de digamos, pequenas revoluções em algo que já existe em teoria. Por esse motivo acredito ser mais fácil apostar na ideia de inovação do que na ideia de novidade, pois nem toda novidade está nas bases certas, mas uma inovação deveria partir de um conceito pré-estabelecido.
É claro também que devemos, como sóbrios pensadores, lembrar que a glória do passado não deve ser esquecida, quem dá as costas para o passado corre o risco de repeti-lo, devemos aprender com ele. Por esse motivo não damos o cargo de presidente de uma empresa ou instituição ao funcionário mais novo, e sim àquele que demostra ter tido no tempo um treinamento para adquirir riquezas de conhecimento, Nossa, as vezes ataco de profeta do óbvio, mas como disse o Ex Presidente Michel Temer em sua posse, às vezes obviedades precisam ser ditas.
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