APLICAÇÃO DO MODELO ARIMA À PREVISÃO DO PREÇO DAS COMMODITIES AGRÍCOLAS BRASILEIRAS
Resumo,
Igor F. Cardoso
1.
A importância
O Brasil é um grande exportador de
produtos primários, chamados commodities, os quais o país é responsável pela
produção de 21,71% desses produtos comercializados no mundo, Segundo dados da USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Mostra-se
importante a análise dos preços dos principais produtos desse tipo, como o
cacau, a cana-de-açúcar, o café, a laranja e a soja. Esses cinco produtos
corresponderam no ano de 2005, a mais de 52% do valor bruto do setor agrícola
nacional. A análise dos preços percebidos pelo produtor pode dar uma previsão
de como se comportarão os exportadores, e isso é importante ainda mais com uma
presença tão incisiva no mercado mundial. Diante disso, torna-se necessário o
uso de ferramentas econométricas na determinação futura do comportamento de
produtos exportáveis ou de variáveis a elas relacionadas.
2.
O Objetivo
A técnica dos modelos univariados, se
constitui como uma das técnicas usadas na econometria contemporânea para a
previsão do comportamento de variáveis, ou modelos de uma única variável. Esse
modelo foi desenvolvido por G. P. Box e G. M. Jenkins, parte do princípio de
que os modelos podem ser construídos a partir da informação contida nos
próprios dados. Assim, será apenas o próprio comportamento da variável que
responderá pela sua dinâmica futura. Esse tipo de modelo é conhecido como
método auto-regressivo integrado de médias móveis, ou ARIMA. O trabalho se
propõe realizar a previsão para os preços dos produtos anteriormente
mencionados através do modelo ARIMA.
3.
Modelos ARIMA
3.2 Processos estacionários:
Para a construção de um modelo de série temporal univariado, baseia-se na
teoria de que existe informação o suficiente presente na série de dados capazes
de fornecer estimativas sobre o comportamento futuro da variável.
A construção do modelo ARIMA parte do de concepção de que as séries
temporais envolvidas na análise são geradas por um processo estocástico
estacionário. Um processo estacionário é quando ele oscila em torno de uma
média constante, com variância também constante. Um processo estacionário pode ser forte ou
fraco, é forte quando a média e variância são invariantes ao longo do tempo. A estacionariedade fraca será da que
utilizaremos para fins de análise deste trabalho, porque a estacionariedade
fraca pode ser interpretada como uma condição que ameniza a robustez da
estacionariedade forte.
3.2
Modelos
ARIMA: É um modelo de séries temporais univariado, onde uma variável
descreve o comportamento de uma variável ao longo do tempo passado. Temos o
processo AR(p) onde o comportamento
futuro da variável pode ser explicado pelo seu comportamento passado, onde cada
período “a trás” é representado por um coeficienteγ. O processo
MA(q) é o processo de médias móveis
de primeira ordem, o processo ARMA(p,q)
é um modelo mais abrangente, a partir do conceito dos dois processos anteriores
de modelo-auto-regressivo, onde p é o número de termos auto-regressivos que
representam a ordem de defasagem e q é o número de termos de médias móveis,
sendo que este representa a ordem de defasagens das médias móveis.
No modelo ARMA(p,q) as condições de estacionariedade são determinadas pelo
processo AR(p) do modelo, ele está
embasado em que as séries temporais analisadas são estacionárias, ou seja,
possuem média zero, variância constante e covariância não variam no tempo. Entretanto,
nem todas as séries temporais são estacionárias, e é necessário fazer um
processo chamado de integração, onde elas são defasadas para atingir a condição
de estacionariedade, então o número d de defasagens utilizadas para a obtenção
da estacionariedade determinará o grau
de integração da variável. Então quando a série não é estacionária, temos a
utilização das defasagens até a série temporal se tornar estacionária, e isso
vai dar o grau de integração, o que podemos dizer que é a passagem do modelo ARMA(p,q) para o modelo auto-regressivo
integrado de médias movei, ou simplesmente ARIMA(p,
d. q).
O MÉTODO BOX-JEKINS
Para se
encontrar o melhor método entre os apresentados anteriormente, utiliza-se o
método Box-Jenkins, como estabelece os seus criadores, deve ser constituído em
quatro etapas, sendo elas:
-
Identificação
- Estimação
- Teste de
diagnóstico, ou checagem
- Previsão
Cada um
destas etapas é descrita pelos autores. Sobre a última etapa, a da previsão,
ela pode assumir dois aspectos, ex-ante e ex-post,
sendo a primeira a previsão para valores
futuros, que ainda não existem, a segunda é a previsão para valores já
existentes dentro da série estudada, contudo vale lembrar que o modelo ARIMA só
possibilita previsões eficazes para períodos de curto prazo.
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