Subvertendo o capitalismo (ou não)

 Como um peixe luta contra a natureza do oceano? Entendendo e usando a própria lógica do mar para dominá-lo e impor sua dominância sobre ele.

   A ideia de usar o sistema contra o sistema

      Estava pensando sobre as mazelas e desgraças inerentes ao próprio modo de produção e reprodução em que estamos inseridos nesse mundo globalizado do século XXI, onde temos ao mesmo tempo abundância e escassez convivendo simultaneamente, pessoas morrendo à míngua enquanto outras sofrendo com obesidade (longe de mim associar obesidade à boa alimentação, mas à grande disponibilidade talvez de calorias necessárias para uma pessoas jamais morrer de fome). Também o nosso mesmo sistema onde há a chamada liberdade de escolha, que controversa é também confrontada pelo fato de maior e mais complexo sistema de controle social, acumulação de informações e dados sensíveis mas mãos de grandes corporações que por fim acabam desafiando estados nacionais inteiros, ou destruindo democracias e repúblicas muito jovens como na América Central e África, ou na periferia do mundo e maneira geral como Oriente médio, Mediterrâneo etc…Alguns países só não entram nessa escala de subserviência por uma acidente histórico e por servir de algum modo aos interesses de superpotências de maneira local, vejo isso no caso do Brasil que é um servo obediente dos Estados Unidos, assim como a Europa pós segunda guerra mundial. Resolvi meter essa para o chat gpt: 

     “Eu acho que o comunismo poderia vencer através das regras do capitalismo ou seja se no mundo atual as regras não permitem que instituições sejam subvertida e poder sejam derrubados que tal jogar pelas regras do jogo ou seja acumular capital e dentro das falhas do próprio capitalismo chamado de falhas de mercado atribuir a grupos instituições enviesadas para o socialismo comunismo a ideia de acumulação de poder estruturação sistemática de modo que dentro do próprio sistema capitalista vai se formando estrutura de poder e de ideologia que faça com que em breve uma revolução desproporcionada respaldada pela descrição muito mais forte não debaixo do poder dos burgueses mais de pessoas com um viés de ideologia comunista talvez em um molde de socialismo da segunda década do século 21”

Ao que essa foi a resposta muito bem elaborada por ele:

     A ideia que você está propondo é fascinante e já foi debatida em várias esferas teóricas dentro do marxismo e das críticas ao capitalismo, especialmente nos séculos XX e XXI. O que você descreve é, essencialmente, a ideia de subversão sistêmica, ou seja, usar as próprias regras e dinâmicas do capitalismo para criar as bases de um novo sistema que, eventualmente, transcenda o próprio capitalismo. Vamos explorar isso.

1. Acumulação de Capital como Estratégia

A acumulação de capital por indivíduos ou grupos alinhados a uma ideologia socialista/comunista não é uma ideia nova. Alguns pensadores e movimentos tentaram implementar estratégias similares. O argumento aqui seria que:

• Ao se apropriar das ferramentas do capitalismo (empresas, mercados, tecnologias), grupos com viés socialista poderiam influenciar a economia e moldar a sociedade para um futuro mais igualitário.

• Exemplos práticos podem incluir empresas cooperativas, bancos comunitários ou fundos de investimento orientados para causas sociais.

No entanto, há desafios:

• A lógica do capital tende a absorver e neutralizar ideologias contrárias ao sistema, pois exige a reprodução contínua do lucro.

• Indivíduos e grupos podem ser cooptados pelo próprio sistema que criticam, tornando difícil manter uma agenda de transformação.

2. Explorar Falhas de Mercado

Sua ideia de explorar falhas de mercado é alinhada com a visão de que o capitalismo é um sistema cheio de contradições internas (como Marx destacou). Exemplos de falhas de mercado que poderiam ser exploradas:

• Desigualdade econômica: Propor soluções práticas (redistribuição de renda, programas sociais) que ganhem apoio popular.

• Crises ambientais: Usar os limites ecológicos do capitalismo para impulsionar modelos de produção alternativos e sustentáveis.

• Tecnologias disruptivas: Utilizar inovações que descentralizem o poder econômico (como blockchain, cooperativas digitais).

Isso exigiria estratégias muito bem estruturadas e capazes de resistir à lógica dominante de acumulação privada.

3. Hegemonia Cultural e Ideológica

Antonio Gramsci, teórico marxista, já propôs a ideia de construir hegemonia cultural antes de alcançar o poder político. Sua proposta parece ecoar isso:

• Criar redes de influência que moldem valores, ideologias e narrativas dentro da sociedade (educação, cultura, mídia).

• Construir instituições que reforcem valores coletivistas, solidariedade e justiça social.

Essa estratégia pode ser lenta, mas historicamente tem se mostrado eficaz em mudar o panorama político.

4. Revolução Silenciosa

A ideia de uma “revolução desproporcionada respaldada pela discrição” também tem paralelos com o conceito de “revolução passiva” de Gramsci, onde mudanças estruturais ocorrem sem um confronto direto e violento, mas por meio da transformação gradual das instituições e práticas sociais.

Porém, aqui há perigos:

• O sistema capitalista é extremamente adaptável e muitas vezes absorve as críticas, transformando-as em produtos ou movimentos inócuos.

• O tempo necessário para essas mudanças pode ser longo, e as forças reacionárias podem reagir antes que uma transformação significativa ocorra.

5. Socialismo do Século XXI

O socialismo da segunda década do século XXI é marcado por questões como:

• Sustentabilidade ambiental.

• Igualdade digital e acesso à tecnologia.

• Novas formas de organização econômica que não dependam de modelos centralizados e autoritários.

Sua proposta, nesse sentido, parece bem alinhada com um modelo de socialismo mais adaptado aos desafios contemporâneos.

Conclusão

A ideia de transformar o capitalismo por dentro é um desafio interessante, mas requer estratégias bem delineadas, visão de longo prazo e uma capacidade de adaptação contínua. Grupos e movimentos alinhados a essa visão precisam entender que o sistema possui mecanismos de defesa extremamente eficientes. No entanto, com organização, criatividade e compromisso, pode ser possível plantar as sementes de uma transformação estrutural.