Teologia é Ciência?
A TEOLOGIA é estudo da fé e das religiões. O prefixo “teo”, em grego, significa “Deus”, e esta ciência humana analisa como as crenças influenciam culturas e sociedades, sob pontos de vistas e contextos históricos.
Sobre a Teologia como campo do conhecimento
Introdução
Na discussão sobre a cientificidade da Teologia, muitos teólogos defendem que a Teologia é uma ciência, outros porém defendem que esta jamais poderia ser enquadrada como ciência. Primeiro, vamos discorrer sobre o que é ciência e o que é pseudo-ciência. Cientificidade é uma condição necessária para se denominar algo como científico, segundo Mário Bunge uma hipótese, teoria ou método precisa ser ao mesmo tempo conceitualmente preciso e empiricamente testável para ser considerada científica. Vamos entender o conceito de ciência e de teologia, utilizando os contrastes com pseudo-ciência e ciências da religião respectivamente. Sem grandes pretensões de definir de uma vez por todas o que é ciência e muito menos o que é teologia, vamos pavimentar o entendimento sobre essas duas coisas antes de prosseguir.
1.1. O que é Ciência?
Karl Raimund Popper nos dá uma boa definição de o que é ciência através de critérios de demarcações onde podemos distinguir ciência de pseudo-ciência e consequentemente ciência de metafísica. Distinguindo antes pseudo-ciência de metafísica, pseudo-ciência é um saber que reivindica o status de ciência, mas não cumpre os critério de demarcação para tal, já a metafísica não apresenta por sua natureza características que possuem testabilidade, ou seja, suas teorias não se confrontam com a realidade. Como diz Popper: "A ciência se caracteriza pela sua base na observação ou pelo método indutivo, enquanto a pseudo-ciência e a metafísica se caracterizam pelo método especulativo, ou como Francis Bacon disse, pelo fato de funcionar com antecipações mentais (algo muito semelhante às hipóteses).
Porém Popper discorda dessa concepção tradicional da ciência, corrente empirista, segundo sua explicação, a física moderna, especialmente a de Einstein se baseia no que poderia ser chamado de métodos de antecipações mentais dada a sua dificuldade de ser testada empiricamente, ela é altamente abstrata e especulativa e se afasta do que se chamaria de base observacional. Do mesmo modo Newton e suas teorias se aproximariam muito mais do que Francis Bacon chamou de "antecipações mentais". Por outro lado, muitas crenças supersticiosas, como a interpretação de sonhos, tinha muito a vez com a observação, muitas vezes se valendo de algo parecido com o princípio da indução. O filósofo David Hume no século XVIII demonstrou a falácia da indução, com algumas correções Popper demonstra que a indução não pode ser tomada como critério para demarcação do que é ciência e o que é não-ciência.
Então Popper propôs outras vias pelas quais se demarcaria se algo é ciência ou não, através da refutabilidade do sistema teórico, ou seja, o quanto aquela teoria estaria suscetível a ser refutada. Deste modo uma teoria só poderia ser considerada científica se ela puder se chocar com observações e de fato as teorias são testadas pelo quanto elas podem resistir às tentativas de serem refutadas. Testabilidade então pode ser considerada o mesmo que refutabilidade e utilizada como critério de demarcação.
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