Sobre o Livro: Porque as Nações Fracassam
Adam Smith em sua obra magna já procurou explicar a natureza e as causas da Riqueza das Nações, este livro busca de uma maneira atualizada discutir os motivos pelos quais alguns países se encontram em pobreza enquanto outros vivem em abundância.
Livro de Daron Acemoglu, professor de Economia do MIT e James Robinson professor de Havard University |
Porque alguns países são tão ricos e prósperos como os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, enquanto outros são tão pobres como os da África Subsaariana, América Central e o Sul da Ásia? Este livro fala das diferenças grotescas entre esses países e como cada um chegou na situação que se encontra nos dias atuais. Analisando a situação convulsionante do oriente médio, podemos tirar algumas lições pelo que levou países como Tunísia, Líbia, Egito, Iraque e Irã à situação econômica que se encontra.
Um cidadão médio do Egito tem apenas 12% da renda de um cidadão médio dos Estados Unidos da América, e a expectativa de vida de um egípcio é 10 anos menor que a de um cidadão Americano. O livro começa uma discussão sobre as causas para um país como o Egito ser tão pobre, o autor debate que talvez a resposta para essas questões esteja sendo respondida pelas manifestações populares na praça Tahrir na cidade do Cairo, onde jovens denunciam a corrupção, a falta de liberdades e direitos políticos, opressão, cerceamento das liberdades individuais, educação de má qualidade, falta de voz ativa no cenário político do país.
Manifestação popular na Praça Tahrir, Cairo - EGITO, eclosão da Primavera Árabe. 2011 |
Os jovens manifestantes denunciam as limitações políticas do país, porém divergem de especialistas, intelectuais acadêmicos que muitas vezes justificam a pobreza dos países relacionada à condições culturais, geográficas, climáticas e até uma incompatibilidade com a prosperidade devido à devoção religiosa muçulmana "incompatível com o êxito econômico. Uma terceira visão é dada por economistas e cientistas políticos, de que o Egito não prosperou porque seus governantes não adotaram a política e a estratégia correta, concluem que se os homens que definem o destino do país tivessem a orientação correta, pela lógica o país teria melhores resultados econômicos. Para esses acadêmicos e
peritos, o fato de o Egito vir sendo governado por uma pequena elite que se esbalda em
privilégios às custas do resto da sociedade parece irrelevante para a compreensão das
dificuldades econômicas do país, observa os professores Daron Acemoglu e James Robinson, autores do livro.
A posição dos autores é de que na maioria dos países onde há grandes índices de pobreza, uma pequena elite se cercou de privilégios políticos e organizou a sociedade em torno de seus interesses, em detrimento da massa da população, ou seja, são elites pequenas, mas poderosas que desprezaram a maioria dos cidadãos daquele país.
"Países como o Reino Unido e os Estados Unidos enriqueceram porque seus cidadãos derrubaram as elites que controlavam o poder e criaram uma sociedade em que os direitos políticos eram distribuídos de maneira muito mais ampla, na qual o governo era responsável e tinha de responder aos cidadãos e onde a grande massa da população tinha condições de tirar vantagem das oportunidades econômicas."
Ao olharmos a história, veremos que já nos anos de 1688 a Inglaterra promoveu uma revolução que transformou a política e por consequência a economia do país. Ou seja, através da expansão da participação política, as pessoas puderam ter maior participação nas oportunidades econômicas.
SOBRE O PREFÁCIO
A posição dos autores é de que na maioria dos países onde há grandes índices de pobreza, uma pequena elite se cercou de privilégios políticos e organizou a sociedade em torno de seus interesses, em detrimento da massa da população, ou seja, são elites pequenas, mas poderosas que desprezaram a maioria dos cidadãos daquele país.
"Países como o Reino Unido e os Estados Unidos enriqueceram porque seus cidadãos derrubaram as elites que controlavam o poder e criaram uma sociedade em que os direitos políticos eram distribuídos de maneira muito mais ampla, na qual o governo era responsável e tinha de responder aos cidadãos e onde a grande massa da população tinha condições de tirar vantagem das oportunidades econômicas."
Ao olharmos a história, veremos que já nos anos de 1688 a Inglaterra promoveu uma revolução que transformou a política e por consequência a economia do país. Ou seja, através da expansão da participação política, as pessoas puderam ter maior participação nas oportunidades econômicas.
SOBRE O PREFÁCIO
No prefácio do livro os autores citam a manifestação da praça Tahir no Egito, onde eclodiram-se a revolução de Jasmim e a primavera árabe, no início de 2011. Na praça Tahir onde aconteceu a maioria das grandes manifestações em prol de direitos, igualdade e justiça social no país, os manifestantes, jovens deixaram claro a sua denúncia sobre os problemas que de fato assolaram e não deixaram o país se desenvolver por todos esses anos. A falta de oportunidade para todos, o não aproveitamento pela maioria das vantagens econômicas do país, sendo esta desfrutada apenas por uma elite minoritária que nunca se importou com o desenvolvimento do restante de seu povo.
Em comparação com os países ricos, o cidadão médio do Egito possui apenas 12% da renda que corresponde ao cidadão médio dos Estados Unidos e sua expectativa de vida também é de 10 anos a menos. A grande pergunta que se faz neste início é: Porque alguns países conseguiram obter sucesso e se enriquecer enquanto outros navegam na triste e persistente pobreza? Enquanto os manifestantes da praça Tahrir denunciam uma pequena elite que organizou o país para manter grandes privilégios, formando uma estrutura política viciada onde não se vê igualdade de oportunidades, como disseram os autores, um estado ineficiente e corrupto, uma estrutura social que não permite que o povo utilize o seu talento, ambição e engenhosidade, e a maioria não têm acesso a uma educação de qualidade. Os manifestantes diagnosticaram que as causas dos problemas econômicos e sociais de pobreza e desigualdade, são originados na política. Por isso, todas as primeiras demandas dos manifestantes na Praça Tahrir era de cunho político, para se modificar a estrutura política produtora de injustiças instaurada.
Enquanto nos meios acadêmicos e especialistas de diversos campos de análise afirmam que os países pobre o são devido a problemas geográficos, por infortúnio de localização, não possuindo condições climáticas, solo produtivo, por sua maior parte possuir índices pluviométricos baixos, regiões desérticas e etc. Outros especialistas apontam que as causas da pobreza desses países se dá por motivo cultural mesmo, devido a não compatibilidade do modo de vida islâmico com os traços de caráter e de ética que lhes permitiria prosperar. A outra linha de pensamento seria dos peritos em políticas públicas dizendo que os governantes do Egito apenas não adotaram a estratégia certa, eles não souberam fazer o país prosperar, dizem eles que, se os governantes ouvirem os especialistas certos e adotarem as estratégias certas o Egito volta a prosperar.
A idéia neste livro é mostrar que são os manifestantes na praça Tahrir, e não os especialistas, acadêmicos e comentaristas que estão certos. Neste livro será mostrado que países hoje em dia prósperos como Estados Unidos e Inglaterra derrubaram suas elites dominantes que controlavam o poder e souberam dividir com mais igualdade os direitos políticos dos seus cidadãos de tirar proveito econômico das vantagens competitivas do país. Neste livro também será mostrado a dinâmica histórica que levou alguns países à prosperidade e outros não, porque por exemplo a Inglaterra em 1688, os ingleses passaram por profundas transformações, as pessoas lutaram por mais direitos políticos e os conquistaram, e elas os usaram para expandir suas oportunidades econômicas.
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