DESASSOSSEGOS

Estou feliz, olha só, já é um avanço! Mas não seria melhor dizer contente? Talvez, não sei, só sei que tenho uma sensação boa de apesar não ter tudo que quero, gosto de tudo que tenho, no sentido amplo da coisa. Estou prestes a completar 7 meses desde que iniciei a jornada trabalhando nesse novo emprego, uma empresa que apesar de grande e consolidada em outra região do país, é recém nascida aqui no centro-oeste do Brasil, a empresa começou sua operação no meio do ano de 2020 com apenas um galpão com armazenamento de produtos que vinham da fábrica de Teresina para a distribuição de outra empresa em Goiânia. 

Equipe recém formada, antes da inauguração da loja filial em Goiânia 01/12/2021

    Quando fui contratado, tinha acabado de ser mandado embora de outra empresa do ramo de informática uma empresa que tem certo renome na cidade, mas que onde infelizmente eu não me adaptei, por uma sorte do destino, a Hot Sat foi pra mim um porto seguro de aprendizado e crescimento, visto que tinha entrado numa empresa antes de um ramo do qual eu não fazia ideia de como era o mercado, juro por Deus que eu ficava perdido quanto me deparava com nomenclaturas básicas como Watts, Voltz, Bites, Megas, Gigas, Teras, nomemclatura de cabos CAT.5 e CAT6, não sabia o que era um Patch Cord, um Swith, um PoE, um barramento, entre outras coisas... às vezes eu paro e penso, o pensamento vai longe, o que estou fazendo com a minha vida? qual a lógica desse enredo todo em que estou metido? Será que esse caminho que peguei era mesmo o melhor? Qual a probabilidade do que estou fazendo de fato ser mesmo aquilo de que me orgulharei lá na frente? E o pior de tudo, como será lá na frente, será que estou me preparando ou me estragando pelo que vem no futuro? A resposta não existe, e se existir, não serei eu quem irá tê-la. A mim me cabe viver a cada dia com a consciência limpa de que estou tomando a melhor desisão possível dadas as circunstâncias, o conhecimento e as opções que tenho no momento, culpar o engenheiro por uma obra já feita é fácil, não me atrevo mais a tentar explicar como um menino que sonhava em ser jogador de futebol, quis ser professor, político, pastor e até policial se tornou um jovem de 28 anos, solteiro, sem formação especializada, sem grandes patrimônios a não ser uma casa deixada pela mãe falecida, da qual nem usufrui, nem cobra aluguel, uma bicicleta comprada do amigo, Brunão, amigo de infância que tanto sabe de mim, se alguém quisesse saber da minha vida, teria que recorrer a ele, sabe mais coisas do que eu do período da minha vida pré-adulto. 

Atualmente, vivendo uma vida rotineira ainda fico me perguntando se é isso mesmo que quero pra mim, ou me atrevo a tentar alguma manobra, sabendo os riscos, agora tenho mais receio do que tinha a pouquíssimo tempo atrás, mas ainda não sinto que tenho muito a perder, não tenho família formada, não tenho filhos, não tenho nem animais, só tenho a mim e ao meu destino para ser cumprido, minha vida a ser vivida seja lá o tempo que Deus determinou que durasse. 

Minha mentalidade ao voltar pra Goiânia, depois de quase 5 anos morando em outra região do país, é totalmente diferente, pensei comigo, vou dar o meu melhor para resolver o que precisar ser resolvido, cortar as pontas soltas, e estruturar alguma base, quem sabe, para dizer por aí, para onde quer que eu for, que eu tenho um lar, um lugar para dizer que desejo ir para visitar nas minhas férias. Meu coração não é mais goianiense, bairrista como outrora, o carinho que tenho por esse lugar é apenas por ser o lugar aonde me desenvolvi como pessoa, passei meus traumas e meu aprendizado, apesar de não ser, talvez, o melhor lugar do mundo, foi aonde o mundo apareceu pra mim. É incrível, os anos nos distanciam da infância, mas não tiram de nós alguma inquietudes que trazemos desde lá. 

Desassossegos, talvez seria melhor esse o título para esta pequena resenha que escrevo nessa agradável noite de Abril, finalzinho do mês, aproximando-se o friozinho sertanejo aqui nas terras do centro-oeste brasileiro, recém tivemos a retomada do carnaval, depois de uma severa pandemia, a qual não desejaria passar por outra jamais, mas temo passar ainda. Notícias da China não são nada animadoras, dizem que o controle por lá tá severo, mas controlar a porra de um vírus não é tarefa fácil, nem para um ditadura comunista. 



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