Cerimônia Ayahuasca

   Minha terceira cerimônia foi diferente.



  Eu posso dizer que a maior parte do tempo eu vi o criador e falei com ele, com toda a intimidade que nós temos.

  Logo no começo eu vi mandalas em todo tipo e formatos, vi pessoas se desconstruindo e se construindo conforme a música. Com isso eu entendi que aqueles formatos eram energias, que pessoas são formadas disso e que Deus dá essa energia e retira quando quiser.

  Eu fazia as perguntas do que estava aparecendo, e o divino me mostrava.

   Percebi que somos fruto da mente, e estamos 'presos' nos nossos corpos e se cuidarmos e respeitá-los com bons hábitos essa passagem pela vida será menos sofrida e que talvez não seja passagem porque tudo que nos conhecemos é fruto da nossa mente, então pode ser que nós entenda e aprenda o que tem que aprender, faleça e assim ressurja em um novo feto.

   E foi em uma dessas desvendas que uma luz branca se abriu em cima de mim, como se eu tivesse descoberto o sentido da vida e por isso não precisava mais viver. E eu não queria ir na luz, e por isso chorava, porque também gostava das coisas mundanas, que no caso eram emoções densas. Estava muito apegada a isso, e descobri que isso é ser humano. Então, se viemos para viver, que façamos da melhor forma. Sentindo!

  E a cada desvenda essa luz que surgia na minha esquerda pouco acima da cabeça, era muito forte e eu lembrava de passar protetor solar pra não me queimar. Só que eu ficava tentando entender mais, ficar no ego e essa luz se fechava.

  Vi pessoas que eu conheço como tons de bege, que existem 1000 tons da mesma cor, e só irá se conectar comigo quem tem alguns tons parecidos com o meu. Vi pessoas com tons mais escuros e até preto, enraizados, e fedidos como se fosse lodo (talvez tão enraizados por vir de outras vidas), com partes mais claras que foram cuidadas.

O divino me dizia:

-Agora que você já pode ver, você pode escolher não se conectar com essas pessoas.

   Eu fui pra cuidar de dores graves e o divino a todo tempo me dizia que quanto mais mexer pior seria, que eu podia apenas aceitar que é bom aproveitar apenas a água limpa dessa minúscula camada.

   Cuidei também de um aborto espontâneo, pedi muito perdão mas não sentia mais a presença desse ser e o divino me disse que esse sentimento foi eu quem criei, que ele não estaria mais ali, havia subido na luz e nem lembrava mais, mas que foi como um grande orgasmo que na hora foi cortado. E ele teve que voltar.

   Eu vi Jesus e senti que o Cristo que a Igreja diz que ele é, é apenas uma veinha do braço de tudo que ele é.

  Veio uma situação em detalhes que estava achando muito impossível ali e que depois que voltasse iria saber que era ilusão minha, e minha mente a todo tempo dizendo que eu posso criar e viver o que eu quiser apenas com o poder da mente, da atração.

   Foi muito espiritual, foi muito romântico, e muito leve apesar de eu não querer que seja, porque para mim naquele momento não ser leve seria humano, e ficaria um pouco mais aqui na Terra. Passei todo o tempo nessa briga entre o carnal e o espiritual, o carnal que me faz ser humana e o espiritual que me faz transcender, e estar junto ao divino.

   Cuidei de muito mais questões, que vão ficar para os próximos capítulos, mas posso dizer que super se conectou com minha última consagração.


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