Diário de um Moto Uber

 Diário de um Moto Uber


        Hoje eu acordei bem, um pouco suado, odeio essa sensação de quando durmo sem antes ter tomado banho. Ontem, sexta feira eu finalizei o dia na companhia dos amigos Kevin, Alexandre e Bruninho, estava fazendo Uber moto pra levantar alguma grana já que nessa altura do campeonato não estou com grana nem pra almoço ou gasolina se eu não fizer esse dinheiro, e a maneira mais prática que tenho pra resolver essa falta de dinheiro urgente é fazer corridas de Uber Moto, com a moto 125 Cilindradas que comprei parcelada no boleto, pela graça de Deus estou prestes a quitar as parcelas restantes, vou quitar com a própria venda dela para o meu tio William.

        Como comecei a estudar um pouco de probabilidade e estatística bem básica, de um curso gratuito on-line disponível pela USP, eu pedi ao Alexandre um caderno, daqueles que ele possa ter ganho de alguma dessas empresas aue dão brindes aos seus clientes principais, e foi a pessoa certa, encontrei com o Alexandre no Kuka’s bar e lá estavam dois conhecidos dele, um era jovem e usava um colete de clube de motoqueiro, advogado e atualmente corretor de imóveis, seu nome é Marcos, recém casado, anda numa moto Royal Enfield vinho, quando cheguei no bar estava o Alexandre e esse cara falando sobre moto e um outro senhor mais calado, mais velho, porém com uma fivela grande no cinto da Harley Davidson, descobri que era o dono da mecânica que estava fechada mas funciona do lado do bar onde estávamos, o nome do senhor é Marcelo se não me engano, explicou em um momento que o que ele trabalha é com pequenos reparos. 

        Acabei aceitando uns 2 copos americanos de cerveja e entrei nos assuntos que tavam rolando, era principalmente o Marcos falando de Moto e de Moto Clube, e falou que sua mulher o impediu de comprar uma moto porque não gostou da cor, e eu fiz um comentário automático: - Poxa, só por causa da cor, a cor é o de menos. Mas arrematei como um bom homem médio em uma mesa de bar falando sobre a esposa alheia: - Mas com mulher não adianta discursei. E ele responde prontamente com a afirmativa. Assim que o Marcelo acendeu seu cigarro e saiu, com a clássica frase: - Vocês que são mais bonitos e estão com a vida resolvida, fiquem por aí, eu já vou pegando meu caminho. 

       O Marcos seguiu falando seu monólogo sobre a vida como membro de um clube de motoqueiros, e sobre a diferença entre demais motos e a Harley Deividson, contou que estava esperando o senhor Marcelo ir embora, e disse que na verdade a história que a mulher dele o impediu de fazer negócio é falsa, na verdade ele achou foi uma moto mais nova é mais barata em relação a que o Marcelo estava fechando com ele, aí ele deu esse "migué" que a mulher dele odiou a moto laranjada. Em seguida chegou de Uber um outro amigo do Alexandre, o nome dele Thales, um cara muito bom de conversa, um goiano autêntico, contando das mulheres que “comeu dias atrás”, resumindo contou como pegou uma coroa lá num bar chique de Goiânia, chamado Bahrem, constou sobre outra que deu em cima dele após ele acabar de adicionar ele no insta e sobre outra que ele estava pegando na tarde desse mesmo dia que ele estava lá com a gente, creio que ele queria deixar claro que naquela mesa ele sim era o transudo. 

        Aí pra interagir todos o Alexandre apresentou o Marcos ao Thales dizendo ao Marcos que o Thales é como o Marcos em sua época de solteiro, um cara “no cio”, Alexandre contou que o Thales está de partida para os Estados Unidos e eu consegui ver mais ou menos como é o emocional de um cara que está prestes a vazar da realidade de Goiânia. 

       Após uma poucas prosas, decidiram ir numa Lanchonete chamada de Brutus, que é de um dos membros do moto clube do Marcos. Na inda entre o Jardim América e o setor Universitário, foi interessante a minha companhia andando comigo o tempo todo, com o Marcos, fazia vários gestos e sinais mostrando como é que funciona quando está andando com os colegas motoqueiros nas ruas, faz parte da mística e modo de operação do que faz um grupo de homens feitos andando com nomes parecidos estampados em suas jaquetas, sinais com dedos e com os pés para indica buracos, apontar com dois dedos (indicador e do meio) para frente, em sinal de passar por entre os carros, sinal que vai virar (embora eu prefire a seta, que já faz muito bem esse trabalho). 


Chegando na Lanchonete que fica próxima a praça da bíblia já avistei o Thiago Soares sentado à mesa, foi a primeira vez que vi o meu querido amigo neste ano de 2024, coisa que confirmamos quando um viu o outro. Percebi que ele já deu uma "engordadinha" ele confirmou e disse que é o resultado de estar de volta morando na casa da mãe. Logo o Alexandre e o Marcos pediram pra o Thiago mostrar o triciclo motorizado que ele montou para a dona da lanchonete que aproveitou e deu umas voltinhas 

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